domingo, setembro 6

Fim de tudo

Fim de tudo

Ergo a minha mão impotente e alcanço o rosto dele sem vida. Massajo as suas maçãs gélidas com as pontas dos meus dedos, suavemente. Lembro tudo o que por nós passou, tudo o que nós vivemos, tudo o que para nós acabou… Um aperto cortante no meu coração quase morto atira-me contra o rijo chão de terra batida. Noto como a pulsação se desvanece no meu corpo. Luto para me manter viva, mas é totalmente inútil. A Morte é demasiado poderosa, a mais poderosa. Nada nem ninguém pode derrotá-la. Por isso, deixo-me levar, deixo que me tome e me cuide à sua maneira, seja ela boa, ou seja ela má. Pior que eu morrer, foi ver morrer quem mais amei, o único a quem realmente me dediquei, o único que me fez viver. Não tenho mais nada a perder. Fecho os olhos. Sinto o frio me percorrer a espinha de ponta à ponta, a escuridão a irromper na minha vista, as forças a apagarem-se segundo a segundo. A vida abandona-me lenta e silenciosamente. Não sinto dores, não sinto movimentos, não sinto absolutamente nada. Pronta para o fim, abro custosamente a boca. Rodo a cabeça para o lado direito, onde jaz o meu eterno amor e profiro: - Até sempre, Meu Querido!

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